segunda-feira, 11 de maio de 2009

Inovando na literatura 3

2-4-0 - Parte 3

O dia seguinte era sábado e Janice e Marcos levaram os filhos ao parque para se divertirem. As crianças estavam se entretendo nos brinquedos feitos de madeira, enquanto isso Janice e o marido conversavam:
- Nós dois precisamos de férias meu amor, eu preciso de mais tempo para vocês e para mim mesmo, não consigo descansar direito com esse turbilhão de serviços – disse o marido.
- Eu sei disso, precisamos viajar um pouco, descansar de verdade, mas agora está muito complicado. Vamos agüentar mais um pouco, só até este novo processo terminar, aí eu peço minhas férias que estão vencidas.
- Eu tenho tanto orgulho de você. Há oito anos não seria capaz de imaginar que você seria uma pessoa tão dedicada ao trabalho e à família. Eu tinha medo de que você se acomodasse muito ao dinheiro fácil.
- Nem eu poderia imaginar que mudaria tanto.
Os dois se abraçaram, mas Janice ficou lembrando a sacanagem que fazia pelas costas de Marcos e consequentemente da morte cruel de Roberto e também da cruz em seu peito. Logo as crianças chegaram para abraçá-los e avisar que queriam sorvete.
O sábado de manhã era um momento sagrado para a família, era o dia escolhido para viver os momentos importantes, por isso levavam os filhos ao parque para brincarem e para eles mesmos descansarem um pouquinho. À noite o pai fazia o jantar preferido dos filhos, hambúrguer e todos assistiam à televisão depois do jantar.

Na segunda-feira a doutora estava em sua sala quando de repente bate à porta seu chefe.
- O delegado está aqui e disse que precisa falar com você.
- Mande ele entrar – respondeu a promotora.
O delegado entrou na sala para conversar com Janice.
- Bom dia doutora Janice.
- Bom dia delegado Jânio. Qual é o assunto a ser tratado?
- É sobre o assassino. Além da cruz no peito achamos um papel dobrado no bolso da camisa da vítima. Resolvi guardar para te mostrar.
No papel estava apenas escrito o número 240, mais nada.
- 240? O que quer dizer?
- É isso que queremos descobrir. Queremos associar o desenho da cruz com o código no papel. Não conseguimos arrancar isso do assassino.
- Deixe essa parte comigo, antes do processo eu vou ter um encontro com ele. Quero ver quais informações consigo extrair dele. Vou pressionar até tirar o que quero.
- Seu chefe já nos avisou e pediu que mediássemos o encontro. Vocês vão ficar sozinhos na sala, ele estará algemado, mas nós estaremos do lado de fora observando para intervir em qualquer problema.
- Sou muito grata pela colaboração de vocês.

Chegou o dia em que a promotora iria encarar o assassino cara a cara. Ela foi à delegacia e foi à cela que foi reservada para o encontro, mesmo ele estando em liberdade para responder o processo, a reunião deveria ser mediada pela polícia, por questões óbvias de segurança. O delegado e dois policiais observavam tudo do lado de fora.
- Então você é o assassino – disse Janice.
O interrogado nada falou, apenas encarou a promotora.
- Fale algo, quero ouvir o que você tem a dizer em sua defesa.
- Eu apenas fiz o que devia ser feito – respondeu o assassino.
- Matar? É isso que devia ser feito? Qual o motivo que você tinha?
O assassino novamente ficou quieto. A promotora começou a se irritar com as atitudes do interrogado. Mostrou papel com o número 240.
- O que quer dizer isto? Perguntou furiosamente Janice.
- Acho que você sabe melhor do que eu.
- Como assim? O que você quer dizer?
- Que você sabe o que significa, não deve estar lembrando agora. Mais tarde irá se recordar e vai se arrepender de ter lembrado.
Janice estava claramente irritada com o jeito de agir do acusado. Jânio e os policiais entraram para retirá-lo dali, pois previam uma possível agressão por parte da promotora.
- Não sei se foi uma boa idéia esse encontro entre vocês – disse o delegado.
- Era óbvio que ele não ia dizer nada, eu queria me certificar disso. Ele poderia até atenuar um pouco a pena confessando alguma coisa.
- Ele não parece muito interessado com a pena que vai receber, acho que nem liga de ser condenado. Não vejo nele vontade de se defender.
- Esse número 240. Ele disse que eu conheço melhor do que ele. - Estranho, nós não conhecemos os motivos que o levam a cometer os homicídios. Se descobrirmos, provavelmente nos levará ao código numérico.

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